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O regime da Venezuela pediu nesta terça-feira (26) o apoio do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, diante das “ameaças” dos Estados Unidos, e expressou preocupação com o “envio de unidades militares e até mesmo armas nucleares” pelos americanos ao Caribe.
O regime de Nicolás Maduro afirmou que espera receber o apoio de Guterres para “restabelecer a sensatez” na região da América Latina e do Caribe, que enfrenta, segundo Caracas, “ameaças” por parte de Washington, apesar de se tratar de uma “zona de paz” declarada como tal em 2014, afirmou o ministro das Relações Exteriores venezuelano, Yván Gil.
O chanceler expressou as preocupações durante reunião com o coordenador residente da ONU na Venezuela, Gianluca Rampolla, realizada uma semana depois que os EUA advertiram que estão preparados para “usar todo o seu poder” para conter o “fluxo de drogas” para o país, o que incluiu o envio de navios e militares para águas do mar do Caribe.
Os EUA também duplicaram recentemente para US$ 50 milhões a recompensa por informações que levem à captura de Maduro, a quem o país acusa de “ser um dos maiores traficantes do mundo”.
Gil afirmou nesta terça-feira que o governo do presidente americano, Donald Trump, está “atentando contra a paz” na região com o que ele chamou de “narrativas falsas”, que são, segundo ele, um “pretexto para justificar agressões contra a Venezuela”.
“Confirmamos que o Relatório Mundial sobre Drogas 2025 do Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime (UNDOC) ratificou a Venezuela como um território livre de cultivos ilícitos. Além disso, os esforços do governo bolivariano foram devidamente certificados pela UNDOC”, afirmou Gil nas redes sociais.
Ontem, o ditador venezuelano declarou que “ninguém toca” no seu país e que todas as “forças e o poder nacional” foram ativados para defendê-lo das “ameaças ilegais, imorais e criminosas do império dos EUA”.
Maduro, que disse que mais de 90% da população do país rejeita “os anúncios e ameaças” do governo Trump, afirmou também que o sistema de defesa venezuelano foi “submetido a um intenso processo de aceleração e reorganização dinâmica” e “está em ação” 24 horas por dia “com sua capacidade de combate e luta armada”.
Na última quinta-feira, o secretário-geral da ONU pediu a EUA e Venezuela para “resolverem suas diferenças por meios pacíficos”.
Em entrevista coletiva, a porta-voz adjunta de Guterres, Daniela Gross, afirmou que o secretário “acompanha de perto” os últimos acontecimentos entre os governos dos dois países, que atingiram um pico de tensão nos últimos dias.
Guterres, segundo a porta-voz, “pede aos dois governos que diminuam as tensões e exerçam contenção”.
