Deputados da base do governo foram chamado ao Palácio do Planalto para uma reunião com a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffman. A ideia é acertar os ponteiros e evitar uma derrota acachapante como a da semana passada na CPMI do INSS.
Fontes do governo dizem que a prioridade é levar o ex-presidente Jair Bolsonaro para prestar depoimento na CPMI. Já no lado da oposição, o empenho é para convocar o irmão do presidente Luís Inácio Lula da Silva, Frei Chico, que é vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados Pensionistas e Idosos (Sindnapi), uma das entidades investigadas. Até o momento, não há nenhuma investigação do esquema fraudulento que envolva o nome de Frei Chico.
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Na semana passada, a oposição deu “um cavalo de pau” e conseguiu indicar para presidente da CPMI, o senador Carlos Viana (Podemos-MG), e para relator, o deputado federal Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), apesar do que estava acordado com líderes do governo e presidentes da Câmara e do Senado.
Amanhã (26), o relator Alfredo Gaspar (União-AL) vai apresentar o plano de trabalho e definir, dentre os vários requerimentos apresentados, quais vão ser atendidos.
Segundo o deputado Izalci Lucas (PL-DF), o principal objetivo da oposição é dar transparência em todo o processo independentemente da questão partidária ou de governo. “Se o governo tivesse assumido a presidência e a relatoria, já estaria com a narrativa pronta”, afirma argumentando que vai ser possível uma investigação isenta.
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“Agora tem que ouvir todo mundo, inclusive se foi do governo Bolsonaro. Vamos investigar tudo desde o começo, doa a quem doer. Não vai passar a mão na cabeça de ninguém, seja A, B, C. É evidente que o que não vai faltar é irregularidades. Não só com relação aos descontos, mas vão aparecer outras coisas. CPI a gente sabe quando começa, mas não sabe quando termina,” afirma.
O deputado federal Rogério Correa (PT-MG) avalia como um erro o que aconteceu na semana passada. “Em tese, a gente tem maioria na CPMI, vamos ter que demonstrar isso amanhã. Unificar uma posição e mostrar que a gente tem maioria, inclusive, na aprovação de requerimentos”, declarou.
O petista contesta a convocação do irmão do presidente Lula, já que ele só assumiu a vice-presidência da entidade em 2024, segundo Corrêa. Por outro lado, ele apresentou requerimento para convocar o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro da Justiça Sergio Moro. “Toda fraude foi denunciada por os servidores do INSS na gestão Bolsonaro”, acrescenta.