A Justiça de São Paulo determinou neste domingo (17) que o Google forneça, em até 24 horas, os dados de identificação de um usuário que enviou ameaças de morte ao youtuber Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca.
A decisão liminar foi concedida pelo juiz Pedro Henrique Valdevite Agostinho, do plantão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), após pedido dos advogados do influenciador.
As mensagens foram enviadas no sábado (16) por e-mail e fazem referência direta ao vídeo publicado por Felca no YouTube, no qual ele denuncia exploração de menores de idade por parte do influenciador Hytalo Santos, preso na sexta-feira (15) ao lado do marido, Israel Nata Vicente, em Carapicuíba (SP).
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Nos e-mails, obtidos pelo G1, o remetente escreve frases como: “Você vai pagar com a sua vida” e “Prepara pra morrer”. A mensagem enviada às 5h30 diz: “Você acha que vai ficar impune por denunciar o Hytalo Santos”. Um segundo e-mail, às 8h05, reitera as ameaças.
A Justiça determinou que o Google forneça IPs de acesso dos últimos seis meses, portas lógicas de origem, data e horário completos, além de quaisquer dados cadastrais capazes de identificar o responsável. Em caso de descumprimento, a empresa poderá ser multada em R$ 2 mil por dia, até o limite de R$ 100 mil.
Segurança reforçada
O advogado de Felca, João de Senzi, destacou a agilidade do Judiciário, uma vez que a decisão saiu 29 minutos após o protocolo do pedido. Segundo ele, a repercussão da denúncia tem sido importante para dar visibilidade a crimes que “muitos não viam ou não conheciam”.
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Apesar disso, o youtuber passou a ser alvo de centenas de ameaças diárias. Desde a publicação do vídeo, ele circula com carro blindado e escolta. “Há ameaças de vários lados. Estamos esperando a repercussão estabilizar para registrar todas em um mesmo boletim, facilitando a investigação”, disse o advogado ao portal.
Outras quebras de sigilo e ofensiva judicial contra difamação
Felca já havia acionado a Justiça anteriormente. Em 12 de agosto, a Justiça de SP autorizou a quebra de sigilo de 233 perfis que o acusaram falsamente de pedofilia após o início das apurações sobre Hytalo Santos.
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O primeiro pedido de quebra de sigilo foi feito em novembro de 2024, quando Felca pediu os IPs e registros de três perfis no X (antigo Twitter).
Em janeiro de 2025, o influenciador avançou com a apuração e solicitou a sete operadoras os dados das conexões. Em maio, a Justiça homologou a decisão e as plataformas forneceram as informações.
“Asco por esse crime”
No vídeo que trouxe o caso à tona, publicado em 6 de agosto e já com mais de 44,5 milhões de visualizações, Felca explica os motivos da exposição:
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“Eu conheço pessoalmente vítimas de abuso sexual. Tenho completo asco por esse crime. Na minha concepção, é um dos mais hediondos que existem.”
Ele também criticou o uso banalizado da palavra “pedofilia” na internet, alertando para o risco de desinformação e proteção indireta aos criminosos.
“A única pessoa que ganha quando essa palavra é vulgarizada é o próprio pedófilo”, afirmou.