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Disputa “sem precedentes” entre EUA e Brasil pode se agravar, afirma Financial Times

O jornal britânico Financial Times publicou nesta terça-feira (12) uma reportagem que fala da “disputa sem precedentes” entre Brasil e Estados Unidos e que ela pode “se agravar”.

O texto aborda o recente tarifaço que o presidente americano, Donald Trump, impôs sobre as importações de produtos brasileiros, e a resposta que o mandatário Luiz Inácio Lula da Silva tem dado à medida.

O FT, como é conhecido, afirmou que, “em vez de telefonar para o autor das tarifas”, o presidente brasileiro preferiu falar com aliados dos Brics – o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e o ditador russo, Vladimir Putin.

A reportagem não mencionou a conversa de Lula com o ditador chinês, Xi Jinping, na noite de segunda-feira (11).

“A resposta de Lula às medidas punitivas de um país que foi um aliado próximo por muito tempo ressalta a natureza não convencional do confronto entre Washington e Brasília — um confronto que não mostra sinais de resolução rápida”, apontou o jornal britânico.

“Trump demonstrou no passado a capacidade de mudar rapidamente de rumo, de modo que nenhuma disputa com seu governo é impossível de solucionar. Mas o impasse entre os EUA e o Brasil não será fácil de resolver — e pode facilmente se agravar”, disse o FT, que alegou que Trump “se identificou pessoalmente” com a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Na quarta-feira passada (6), entrou em vigor uma tarifa de 50% na importação de produtos brasileiros imposta por Washington.

O governo Trump mencionou como um dos motivos para a tarifa o processo contra Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), por acusações de tentativa de golpe de Estado após a eleição de 2022, julgamento que a gestão do republicano considera uma “caça às bruxas”.

Entretanto, a taxa não foi aplicada para cerca de 700 produtos brasileiros, entre eles, suco e polpa de laranja e aeronaves civis.

“O julgamento de Bolsonaro não é o único problema nas relações EUA-Brasil. Trump quer que a Suprema Corte brasileira revogue a regulamentação rigorosa das empresas de mídia social americanas, alegando que emitiu centenas de ‘ordens de censura secretas e ilegais’”, escreveu o FT.

“Trump reclamou dos ‘déficits comerciais insustentáveis’ do Brasil, embora dados americanos mostrem que o país teve um superávit comercial de US$ 7,4 bilhões com o país sul-americano no ano passado”, acrescentou o periódico britânico.

O FT citou as sanções financeiras impostas no final de julho pelo Departamento do Tesouro americano contra o ministro do STF Alexandre de Moraes com base na Lei Magnitsky, uma legislação dos Estados Unidos que permite a Washington aplicar sanções contra acusados de violação de direitos humanos e corrupção em todo o mundo.

Também mencionou que, antes disso, o Departamento de Estado havia anunciado a revogação dos vistos de Moraes, de “aliados dele” no STF e seus familiares, que ficam assim impedidos de entrar nos Estados Unidos.

“O embate com Washington ocorre em um momento delicado para o veterano esquerdista Lula, que deve concorrer a um quarto mandato nas eleições de outubro de 2026, e para o Brasil, cuja população permanece altamente polarizada entre esquerda e direita”, analisou o FT.

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