Influenciador preso em operação contra bets grava vídeo na cela antes de pagar fiança

O influenciador Maurício, conhecido como Maumau ZK, gravou vídeos de dentro da cela onde estava preso, no último sábado (9), em uma delegacia de Guarulhos (SP). Nas imagens, divulgadas em seu perfil no Instagram, ele diz que iria tomar uma ducha e “esperar o alvará” de soltura.

Maumau foi alvo da operação Desfortuna, deflagrada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro contra a promoção ilegal de jogos de azar online, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa. Na ação, ele foi preso em flagrante por manter em casa uma arma com numeração suprimida e sem porte legal.

“Vou fazer uma oração aqui com meus amigos de cela e todo mundo sair dessa”, disse no primeiro vídeo.

Em seguida, ao ser informado de que seria liberado, completou: “Um homem de Deus não vai ficar preso. Eu não sou ladrão, não sou bandido. Maumau é do povo, Maumau é Brasil”.

Fiança máxima e medidas cautelares

Maurício foi solto às 16h30 de sábado, após audiência de custódia e pagamento de fiança de cem salários mínimos (R$ 151,8 mil) — o valor máximo para crimes de porte ilegal de armas.

Ele ainda terá de cumprir medidas cautelares, como:
• Comparecimento bimestral à comarca onde reside para informar suas atividades;
• Proibição de se ausentar da cidade por mais de dez dias sem autorização judicial;
• Comparecimento a todos os atos do processo, sob pena de revogação da liberdade provisória.

A defesa confirmou a autenticidade das imagens, mas alegou que o influenciador não teve acesso direto a um celular. Após deixar a prisão, Maumau mostrou nas redes sociais que adquiriu um novo celular e um computador, chegando a fazer parceria com uma loja para divulgar produtos.

Operação mira rede de influenciadores

A operação Desfortuna cumpriu 31 mandados de busca e apreensão no Rio, em São Paulo e em Minas Gerais. Ao todo, 15 influenciadores são investigados.

Maumau nega participação em esquema ilegal e diz ter apenas contrato de publicidade com uma casa de apostas.

Sobre a arma apreendida, afirma que “nunca foi usada” e que foi entregue espontaneamente à polícia. Segundo ele, o armamento foi recebido como presente durante uma ação publicitária em um estande de tiro, mas que não verificou se havia irregularidades.