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O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) anunciou nesta quarta-feira (16) que conversou com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em um gesto de trégua após dois dias de ataques públicos ao ex-ministro de seu pai.
A reconciliação ocorre em meio à crise provocada pela decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros — medida que atinge especialmente a economia paulista.
Em publicação na rede social X, Eduardo afirmou que o diálogo foi “bom e longo” e que ambos atuam “na melhor das intenções do interesse dos brasileiros”.
“Visões de mundo diferentes são normais e saudáveis, bem como esta comunicação direta. Vamos adiante debater o que interessa”, escreveu.
Racha no campo bolsonarista
A trégua ocorre após forte escalada retórica de Eduardo contra Tarcísio, acusado pelo deputado licenciado de agir de forma “subserviente” ao Supremo Tribunal Federal (STF) e de ignorar os interesses do setor produtivo.
A tensão se intensificou após o governador iniciar tratativas com diplomatas americanos em busca de uma saída para a sobretaxa, enquanto Eduardo mantinha sua campanha por anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de Janeiro como condição para qualquer negociação.
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O próprio ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou na véspera que havia conversado com ambos para apaziguar os ânimos.
“Conversei com Eduardo e Tarcísio, coloquei uma pedra em cima desse assunto”, disse à imprensa. Ele elogiou o governador como “grande gestor” e minimizou as divergências públicas entre os dois aliados.
De “desrespeito” a “boa conversa”
Na segunda-feira (14), Eduardo havia classificado como “desrespeito” a articulação direta de Tarcísio com autoridades americanas, sem consultar Jair Bolsonaro ou ele próprio.
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“Ele tenta passar por cima disso, dialogando com pessoas do sexto escalão da diplomacia americana, sem nos consultar”, disse à Folha de S.Paulo.
Horas depois, publicou mensagens de tom agressivo nas redes sociais, cobrando anistia aos presos por tentativa de golpe. “Soltem os presos políticos […] que isso começa a acabar. Simples”, escreveu. Também afirmou que “subserviência às elites” era confundida com defesa do país.
A reação no entorno do PL foi de preocupação. Aliados e dirigentes do partido afirmaram à imprensa que Eduardo está “fora de controle” e obcecado com a candidatura presidencial de 2026, disputando espaço com Tarcísio, hoje nome mais viável da direita institucional para o pleito.
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Danos à imagem
A crise ocorre no momento em que Eduardo é acusado pelo governo federal de conspirar contra o país no exterior, ao pressionar por sanções comerciais aos produtos brasileiros.
O advogado-geral da União, Jorge Messias, afirmou que o deputado pode ser processado por dano moral coletivo, e o PT já apresentou requerimento para suspender seu mandato, alegando quebra de decoro.
