O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), solicitou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a prisão do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
O pedido foi feito no âmbito do inquérito que apura supostos crimes cometidos pelo filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, incluindo tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, obstrução de Justiça e coação no curso de investigação.
Na petição, Lindbergh afirma que Eduardo articulou, a partir dos Estados Unidos, a imposição de sanções econômicas, diplomáticas e pessoais contra autoridades brasileiras — incluindo ministros do STF, membros do Ministério Público e da Polícia Federal — com o apoio de congressistas americanos. Para o parlamentar petista, a iniciativa representa uma “grave ingerência internacional” e configura um “ato típico de guerra híbrida”.
O deputado do PT ainda responsabiliza Eduardo pela imposição da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada por Donald Trump. Segundo Lindbergh, a sobretaxa foi estimulada diretamente pelo deputado como forma de retaliação à atuação do Judiciário brasileiro contra seu pai.
“Ao fomentar esse tipo de medida contra o Brasil, Eduardo Bolsonaro atua não como representante do povo brasileiro, mas como agente de interesses estrangeiros”, escreveu.
O pedido menciona o artigo 359-I do Código Penal, que trata da tentativa de “submeter o território nacional à soberania de outro país”. Lindbergh argumenta que o caso ultrapassa a livre manifestação política e alcança “a instrumentalização de uma potência estrangeira contra a autonomia econômica do Brasil”.
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Petistas pedem bloqueio de bens
Além da prisão preventiva, o líder do PT pediu ao STF o bloqueio de bens de Eduardo Bolsonaro e a proibição de transações internacionais em seu nome. A deputada Erika Hilton (PSOL-SP) já havia feito requerimento semelhante. Eduardo permanece nos Estados Unidos, alegando ser alvo de perseguição política, e sua licença parlamentar se estende até o fim de julho.
Segundo a Polícia Federal, o deputado teria buscado pressionar autoridades dos EUA para adotar medidas hostis ao Brasil. A apuração foi prorrogada por mais 60 dias a pedido da PF e autorizada por Moraes. O inquérito também inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro, que admitiu ter transferido R$ 2 milhões ao filho via Pix em maio, provenientes de uma campanha de arrecadação feita em 2023.