sábado , 12 julho 2025
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Se Lula dobrar a aposta, país poderá ficar “inviável”, avalia jurista

No programa Última Análise desta quinta-feira (10), os convidados falaram a respeito do histórico do confronto entre Donald Trump e o Lula, que teve como ápice o aumento das tarifas em 50% para produtos brasileiros. Este foi apenas o desfecho de um conflito que se arrasta desde o início do mandato petista. O mundo vê agora o choque entre duas visões de mundo bastante diferentes.

O professor da FGV Daniel Vargas aponta para uma mudança de postura diplomática do país, que levou ao escalamento da tensão: “A tradição diplomática brasileira era priorizar, cautelosamente, os interesses nacionais, dialogando com todos, sem entrar em personalismos”. Em contraponto, Lula abdicou desta prudência e buscou se tornar um líder global, como através das recentes manifestações contra os Estados Unidos na reunião do BRICS, afirma Vargas.

“O histórico de declarações de Lula não é de hoje. Todo esse discurso antiamericano já está permeado na fala dele. Agora deu no que deu”, avaliou o escritor Francisco Escorsim. Segundo ele, esta postura no terceiro mandato é ainda mais radical do que nos mandatos anteriores, pois o petista quer agora deixar um legado histórico.

Já o advogado André Marsiglia diz que Lula confunde a defesa da soberania com a pura demonstração de força, quando ela deveria ser, também, reconhecer as próprias limitações. “É um descolamento da realidade que pode ser progressivo. Isso me parece ser o mais grave”, ele alerta.

A nova geopolítica trumpista

Para além da questão econômica das sobretaxas impostas pelo republicano, há um componente geopolítico em tal recurso, segundo Vargas. Ele explica que “Trump tem utilizado as tarifas como um instrumento abrangente de negociação. Esta pode dizer respeito a um interesse econômico ou, no caso brasileiro, diz respeito ao tratamento da liberdade expressão”.

Marsiglia também acredita que Trump está convidando o Brasil para negociar e diz que até mesmo imprecisão de sua carta seja uma estratégia. “Ele está nos chamando para a mesa. Trump é um negociador”, diz o advogado. Ainda, completa que a possibilidade de retaliação de Lula poderá ser danosa ao Brasil. “O país ficará inviável e, então, ou fecha ou o governo cai. Se ninguém intervir até lá, chegaremos nessa encruzilhada”, ele afirma.

O governo federal ainda estuda como vai reagir ao “tarifaço” de Trump ao Brasil. A avaliação dentro do PT é de que o episódio pode justamente dar ao governo um discurso de defesa da soberania nacional, caso consigam impor à oposição a responsabilidade pela taxação ao Brasil.

O programa Última Análise faz parte do conteúdo jornalístico ao vivo da Gazeta do Povo, no YouTube. O horário de exibição é das 19h às 20h30, de segunda a sexta-feira. A proposta é discutir de forma racional, aprofundada e respeitosa alguns dos temas desafiadores para os rumos do país.

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