O porta-voz presidencial do governo russo, Dmitri Peskov, em entrevista publicada nesta sexta-feira (11) pela revista Ekspert, admitiu que o Kremlin promove a censura midiática no país.
“Agora estamos em tempos de censura de guerra, algo sem precedentes em nosso país, mas a guerra também é travada no campo informativo”, declarou, Peskov.
Segundo Peskov, a censura é justificável contra meios que “desacreditem” o país.
“Seria incorreto fechar os olhos para os meios cujo objetivo é desacreditar a Rússia, pelo que acredito que agora este regime (de censura) está justificado”, frisou.
O porta-voz também prometeu que a situação se relaxará no futuro, embora tenha assegurado que “não se voltará aos tempos de furibundas ‘medusas’, que só têm palavras ruins sobre a Rússia”, fazendo alusão ao portal independente Meduza, que denunciou durante anos a deterioração política na Rússia e que agora tem sua sede na Letônia.
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Além disso, o secretário de imprensa do ditador russo, Vladimir Putin, avaliou positivamente “os materiais com conteúdo ou tom patriótico” que estão cada vez mais presentes no panorama midiático russo.
O controle sobre os meios de comunicação na Rússia cresceu gradualmente desde a chegada de Putin ao poder e a aquisição formal e informal dos primeiros meios de informação, como foi o caso da rede de televisão privada TNT – comprada pela estatal Gazprom, em 2001 – além da nacionalização do canal NTV, no mesmo ano.
Desde o início da guerra da Ucrânia em 2022, o Kremlin endureceu suas ferramentas de repressão e censura, o que provocou uma onda de exílio de opositores ao atual regime russo e o início de processos judiciais contra os críticos da guerra ou do governo.