Membros do partido comunista russo querem manter vivo o legado de Lenin

O Partido Comunista da Rússia apresentou, nesta segunda-feira (7), à Duma Estatal (Parlamento), um projeto de lei para proteger a memória de Vladimir Lenin diante dos rumores de que as autoridades poderiam remover a múmia do líder soviético após as reformas em seu mausoléu.

“Não se permite a liquidação nem a mudança de nome de elementos” associados com a memória de Lenin, entre os quais se encontram topônimos, o mausoléu de Moscou, monumentos, nomes de ruas e praças, entre outros, diz o documento publicado na página do Parlamento russo.

Segundo Anzhelika Glazkova, autora do projeto de lei, “o exemplo da Ucrânia demonstra que a liquidação dos monumentos de Vladimir Ilyich Lenin é o início de um golpe de Estado neonazista e de uma russofobia declarada”.

“A denigração da memória de Lenin é utilizada por Estados hostis e forças políticas antirussas para desacreditar a Rússia como Estado herdeiro da União Soviética, fundada por Lenin”, ressaltou a comunista.

Os comunistas também adotaram uma resolução na qual declararam errônea uma condenação feita por Nikita Khrushchev, ex-primeiro-ministro da União Soviética, ao culto à personalidade de Josef Stalin, proferida em 1956 durante o XX congresso do Partido Comunista da União Soviética.

O Ministério da Cultura da Rússia informou anteriormente que investirá 19,6 milhões de rublos (cerca de R$ 1,3 milhão) nos trabalhos de restauração do mausoléu da Praça Vermelha de Moscou, que abriga a múmia do fundador do Estado soviético.

As reformas devem ser realizadas nos próximos dois anos, e o museu poderia ficar fechado até junho de 2027.

Diante do fechamento temporário, que ocorrerá em breve, milhares de russos foram se despedir da múmia do ideólogo revolucionário, ao mesmo tempo em que se espalharam rumores de um possível fechamento definitivo de seu mausoléu.

Embora as pesquisas digam que apenas um terço dos russos apoia a permanência de Lenin no mausoléu, o presidente russo, Vladimir Putin, tem se precavido muito em abrir um debate público, alegando que isso provocaria uma cisão na sociedade e representaria uma humilhação para muitos dos nascidos no período soviético.

Lenin foi um dos líderes comunistas da Revolução Russa de 1917, que derrubou o regime czarista e levou à criação da União Soviética – regime que matou mais de 110 milhões de seres humanos.