No programa Última Análise desta segunda-feira (7), os convidados analisaram a declaração de Donald Trump em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro e avaliaram quais serão os próximos passos do republicano. Trump criticou a perseguição a Bolsonaro e sua família, exigindo que o deixassem em paz, sugerindo assim uma retaliação. E Lula logo se defendeu, reafirmando a soberania do Brasil.
Nesta segunda, o presidente norte-americano veio em defesa do ex-mandatário brasileiro. “O Brasil está fazendo uma coisa terrível no tratamento ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Eu tenho assistido, assim como o mundo, como eles não fizeram nada além de ir atrás dele, dia após dia, noite após noite, mês após mês, ano após ano”, afirmou Trump em sua rede social, a Truth Social.
O vereador Guilherme Kilter falou a respeito da reação pública diante da declaração: “Pegou muita gente de surpresa. Ninguém esperava que ele fosse falar isso”. O vereador vê com bons olhos a fala, pois é um sinal de que as coisas estão mudando, avalia. Ele ainda lembra que, desta vez, não houve nota oficial do Itamaraty, como no caso da revista The Economist. “Isso, no fundo, é medo”, acredita.
“Pode ser um ponto de virada”, disse o ex-procurador Deltan Dallagnol. Ele destaca que o republicano disse claramente que há perseguição a Bolsonaro e que o ex-presidente é, sobretudo, inocente. Para Dallagnol, isto é um “recado duplo”, tanto a Lula, quanto a Alexandre de Moraes.
Em relação à resposta do petista, o advogado André Marsiglia afirma que a defesa da soberania brasileira é “hipocrisia”. Ele recorda que Lula por várias vezes interferiu em países externos, como no caso das eleições venezuelanas. “Como falar em soberania uma pessoa que tem essa visão de mundo?”, questiona.
Próximos movimentos de Trump
“Ele mandou um recado, a meu ver, sério. Foi sim uma ameaça. Mas uma ameaça legal”, completa Dallagnol, sobre a declaração de Trump. Ele explica que o republicano está se referindo à Lei Magnitsky, que prevê sanções como o impedimento de entrar em território americano, assim como o bloqueio de ativos. Desta forma, se trata de “aplicar simplesmente a legislação americana para uma violação internacional de direitos humanos”, afirma.
Tanto que, no mesmo dia da declaração do presidente dos EUA, a Justiça da Flórida emitiu uma nova intimação ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, referente ao processo movido pela Trump Media e pela plataforma de vídeos Rumble.
As empresas, alinhadas ao presidente americano Donald Trump, acusam Moraes de censura e alegam que o ministro impõe ordens de remoção de conteúdos e perfis em redes sociais que afetam cidadãos e residentes nos EUA. Moraes tem 21 dias para apresentar uma resposta, contestação ou pedido de arquivamento do processo.
Além disso, o presidente Trump ameaçou elevar em 10% as tarifas para quem se alinhar às políticas anti-americanas do BRICS, em meio à reunião do bloco econômico, que celebrou sua 17ª Reunião de Cúpula, no Rio de Janeiro. “Dá para imaginar que vem no futuro mais tarifa para o Brasil”, diz Kilter.
Por fim, o vereador destaca a declaração do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que sugeriu que os EUA poderão tomar novas atitudes em breve. “Acredito que, de fato, as coisas podem piorar e as sanções que o Marco Rubio falou podem finalmente chegar”, ele diz, em referência às declarações do secretário americano, em maio, sobre a possibilidade de punições a Moraes.
O programa Última Análise faz parte do conteúdo jornalístico ao vivo da Gazeta do Povo, no YouTube. O horário de exibição é das 19h às 20h30, de segunda a sexta-feira. A proposta é discutir de forma racional, aprofundada e respeitosa alguns dos temas desafiadores para os rumos do país.