O grande plano fiscal assinado pelo presidente Donald Trump no Dia da Independência (4 de julho), que ele mesmo descreveu como sua “maior vitória” no segundo mandato, abre caminho para o desmantelamento das políticas abortistas nos Estados Unidos.
Uma das principais organizações afetadas pela medida é a Planned Parenthood, a principal provedora de aborto do país, que pode encerrar até um terço de suas operações nos próximos anos.
Isso porque a legislação endossada pelo presidente Trump prevê o corte de financiamento público dedicado ao Medicaid para clínicas que oferecem serviços relacionados ao aborto durante um ano.
Embora o texto original enviado em março pela Câmara, de maioria republicana, tenha cortado o financiamento da organização por dez anos, o texto aprovado pelo Senado no mês passado reduziu a restrição para um ano.
A Planned Parenthood anunciou que entrou com um processo contra o governo Trump devido à medida. Segundo a organização, mesmo com o prazo de corte reduzido para um ano, a interrupção do repasse de verbas federais pode atingir 200 de seus 600 centros de aborto em todo o país.
A organização, classificada como sem fins lucrativos, argumentou na ação judicial movida nesta segunda-feira (7) que a política de Trump é “inconstitucional” e “destruirá sua rede nacional de centros de saúde reprodutiva”.
Dados divulgados pela organização apartidária Kaiser Family Foundation (KFF, na sigla em inglês) aponta que um terço do financiamento da Planned Parenthhood vem de verbas estaduais e federais, incluindo o Medicaid.