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Amorim defende congelamento das relações militares com Israel e critica Otan

O assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, em entrevista ao canal Amado Mundo na última sexta-feira (27), defendeu o congelamento de relações militares com Israel, além de criticar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

“Eu acho que o que nós temos realmente que congelar são as relações militares [entre Brasil e Israel]”, disse, acrescentando que “não temos nada a ganhar” com a parceria.

Amorim, porém, disse não ser a favor de um rompimento de relações diplomáticas entre Brasil e Israel, afirmando que não enxerga essa possibilidade no atual momento.

“Pode ser que um dia se chegue a isso, mas eu nunca defendi. Primeiro porque tem muitos brasileiros em Israel, que tem que ter proteção da embaixada brasileira. Segundo que até para chegar na Palestina, sobretudo na Cisjordânia, ou mesmo em Gaza – que nós ajudamos a evacuar um grande número de brasileiros – é necessário a cooperação com Israel”.

Recentemente o governo Lula paralisou as negociações de compra de 36 obuseiros israelenses pelo Exército Brasileiro, em uma medida que, segundo especialistas ouvidos pela Gazeta do Povo anteriormente, pode atrapalhar os planos de modernização da instituição a longo prazo. A empresa israelense Elbit System venceu o processo licitatório para venda dessa artilharia de longo alcance, mas as tratativas foram interrompidas por ordem do governo.

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Israel atacou Irã para “ofuscar o que estava acontecendo em Gaza”

Amorim reafirmou a posição governista de repúdio ao ataque preventivo israelense, a quem culpou pelos recentes distúrbios no Oriente Médio, afirmando ainda que o início da guerra poderia ter sido para ”ofuscar o que estava ocorrendo em Gaza”.

“O Irã, que é um país independente, soberano, que tem o programa mais vigiado pela agência atômica, foi bombardeado por Israel, que tem 90 ou 100 armas nucleares. O problema é que Israel atacou o Irã, talvez até em parte para ofuscar o que estava ocorrendo em Gaza”.

Além disso, Amorim afirmou que a mortalidade em Gaza é considerada como a de um “indício de um genocídio” e considerou que a Palestina “deve ter um Estado”.

Amorim critica Otan e relativiza agressão da Rússia à Ucrânia

Sobre o outro conflito mundial, este que se estende há mais de três anos, envolvendo a Ucrânia e a Rússia, o diplomata brasileiro afirmou que, da mesma forma que Putin infringiu a soberania ucraniana, a Otan também já fez o mesmo.

“Otan também quebrou esse princípio [de soberania] em relação a Iugoslávia, em particular a Sérvia, quando a bombardeou por causa do Kosovo. E o Kosovo era uma parte da Sérvia. Não podia ter feito isso, fez sem autorização da ONU, o que agrava a situação”, disse.

Questionado sobre as críticas direcionadas ao governo Lula, por, logo no início do conflito, não ter uma posição enfática de repúdio às agressões russas, Amorim optou pela minimização.

“Nós criticamos a ruptura de um princípio básico da ONU, a integridade territorial dos Estados”.

Citando um autor internacional, ele completou, afirmando que “quando a Rússia fala em preocupações legítimas de segurança, ela tem um ponto”.

“Olhando a história, você tem Cavaleiros Teutônicos, Confederação Polaco-Lituana. Talvez mais próximo de nós e fácil de lembrar, Napoleão e Hitler. Não foi a Rússia que invadiu nenhum desses países, esses países é que invadiram a Rússia. Então, eu acho que essa questão é discutível”.

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Amorim diz que Trump não esconde seu egoísmo

Sobre Trump, Amorim considerou que poderia, no início de seu governo, ver o republicano como um presidente mais conciliador, sobretudo na guerra entre Rússia e Ucrânia.

“Como Trump é um pouco menos missionário nas atitudes dele [comparado aos seus discursos], ele não esconde o seu egoísmo, o egoísmo norte-americano. Eu fiquei achando que, talvez, houvesse uma chance no caso da Ucrânia e da Rússia. No caso de Israel, sempre fui muito pessimista”.

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