As eleições gerais de 2026 serão complexas e difíceis para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), prevê Rodrigo Maia, ex-deputado federal que presidiu a Câmara entre 2016 e 2020. Para o ex-parlamentar, a disputa ficará entre Lula e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Atualmente, Maia preside a Confederação Nacional das Instituições Financeiras (FIN).
“Minha impressão é que a direta consolide o nome do Tarcísio, unificando o campo da direita, em uma eleição muito difícil para o governo”, disse Maia durante painel no Anbima Summit, em São Paulo.
O ex-deputado exaltou o perfil mais complexo de Freitas que, apesar de carioca, governa São Paulo e, por isso, une uma experiência no Poder Executivo à capacidade de desviar da resistência de eleitores de outros estados a candidatos paulistas.
Maia vê Tarcísio favorito para vencer as eleições de 2026 porque, considerando a transferência de votos no segundo turno, o governador de São Paulo ganharia a grande maioria dos votos em comparação com o presidente Lula (PT). “Quem vota no Caiado (Ronaldo Caiado do União Brasil, governador de Goiás), no Ratinho (Ratinho Júnior do PSD, governador do Paraná) não vota no Lula. É uma eleição mais para a direita”, afirmou.
Sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Maia afirmou não acreditar que o ex-presidente seja apoiado como candidato pela direita em 2026. “Diferente do presidente Lula, que é um homem com coluna vertebral e por isso se candidatou em 2018, mesmo sabendo que não poderia concorrer, Bolsonaro não será um nome apoiado pela direita”, disse.
Ao fim do painel, Maia avaliou positivamente a dispusta de 2026. “Tarcísio contra o Lula é uma boa eleição, eleição de pessoas racionais.”
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IOF
Segundo Rodrigo Maia, o governo federal falhou ao pensar que o Congresso não derrubaria o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Segundo ele, não aprovar aumento de impostos tem sido a conduta do parlamento brasileiro desde pelo menos 2007, quando a Câmara derrubou a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) – o que também foi considerado uma derrota do governo Lula na época.
“O decreto do IOF cairia de qualquer forma e teria caído logo na largada se o presidente Hugo (Hugo Motta, do Republicanos, presidente da Câmara dos Deputados) não tivesse boa vontade”, avaliou.