A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), considerada foragida após deixar o Brasil, está na Itália, segundo nesta quinta-feira (5) a assessoria da parlamentar. A informação havia sido inicialmente divulgada por Paulo Figueiredo nas redes sociais: “A deputada Carla Zambelli já está bem e em segurança na Itália”.
A prisão preventiva da deputada foi decretada na véspera pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendendo a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão por participação na invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e à perda do mandato.
Na decisão, Moraes determinou que a Polícia Federal providencie a inclusão de Zambelli na lista vermelha da Interpol e informe sua localização às autoridades competentes para viabilizar o pedido formal de extradição.
O ministro justificou a prisão afirmando que há “inequívoca intenção da parlamentar de se furtar à aplicação da lei penal”, e ressaltou que a saída do país ocorreu “às vésperas do julgamento de embargos de declaração e da iminente decretação da perda do mandato”.
Além da prisão, Moraes ordenou o bloqueio de todos os bens e ativos financeiros da deputada.
Parlamentar quer campanha contra STF na Europa
Em entrevista recente ao canal AuriVerde, Zambelli confirmou estar fora do país há dias. Disse que buscava tratamento médico e que pretende se licenciar do cargo. Também afirmou que planeja iniciar uma campanha contra o Supremo Tribunal Federal na Europa, a exemplo do que vem fazendo o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos.
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Nos bastidores, aliados da parlamentar afirmam que ela optou pela Itália como destino final por considerar o país menos propenso a autorizar a extradição, ao contrário dos EUA, onde a interlocução com apoiadores de Donald Trump indicava resistência institucional a colaborar com a Justiça brasileira.
A permanência de Zambelli no exterior pode aprofundar a tensão entre Legislativo e Judiciário, num momento em que a Câmara dos Deputados ainda precisa decidir sobre a confirmação da prisão, caso ela seja executada em solo nacional.